sábado, 11 de fevereiro de 2012

Bitch I'm fabulous

Eu sei que também tenho leitores brasileiros, e sei que por aí isso está um inferno a sol posto. Mas aqui, no Velho Mundo, na Europa está frio. Mesmo frio. Frio como nunca sentiram, porque o Brasil é uma fornalha. Alguma vez repararam que a parte de cima da Europa parece um cão? Não? Agora já sabem.

Eu tentei durante estes últimos dias, arranjar uma forma de combater este frio, que nos dá um estalo na cara, mal ponho um pé fora de casa. Exclui café mais quente que a urina de Satanás, Baldes de Lava, fogueira e decidi-me por uma solução fácil: enrolar dois cobertores grossos e peludos como os braços dum urso te abraçam antes de o dito urso te abrir ao meio.



Escusado será dizer, aquilo parecia o ninho de Deus e quando entrei nele, nunca mais saí. De manhã à noite, no banho e a jogar críquete, aquele casulo envolvia-me no seu morno abraço. E foi aí que eu me apercebi. O casulo era parte de mim e eu estava a afundar-me nele. Em breve a luz tinha desaparecido, dando lugar às trevas e à quietude tranquila.

Sentia o meu corpo a mudar. Os meus traços brutos desapareciam e ficavam mais elegantes. Longas e compridas membranas de pele brotavam das minhas omoplatas. A minha língua estendia-se mais de um metro para fora da minha boca, e duas hastes rompiam dos meus cabelos.

E um dia aquele espaço que eu tanto adorava, ficava pequeno e incómodo. E foi aí que vi uma nesga de luz por cima da minha cabeça. Alcancei-a com uma mão, depois duas, e antes que me apercebesse, o meu casulo caiu ao chão com um suave ruído, e pela primeira vez em semanas estiquei os meus membros, e voei. Eu tinha renascido como uma borboleta monarca, imponente e de cores vivas, que governava sobre o ar. E não podia estar mais feliz.

Bitch, I'm F-A-B-U-L-O-U-S



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